Todos já sabem que esse mês foi a estreia do filme Man of Steel, dirigido por Zack Snyder – diretor de um dos raros filmes de heróis que realmente vale a pena assistir: Watchmen – e produzido por Christopher Nolan – diretor da trilogia ‘The Dark Knight’ da qual faz parte o filme do Coringa que conta com o Batman como personagem coadjuvante.
O filme conta a história do bebê alienígena que é despachado para cá por causa da guerra que está acontecendo no planeta Krypton (que pouco depois explode) e é achado por um casal de fazendeiros e blablabla. Todo mundo que nasceu depois de 1938 já sabe o que acontece.
Esse novo filme tem algumas vantagens – a principal sendo ignorar a existência dos filmes anteriores, em especial aquele Superman Returns de 2006 que consegue mostrar o personagem principal não fazendo nada e apanhando até do Kevin Spacey careca – como uma ambientação mais sombria do que o que se espera de um filme do Superman, assim como cenas de ação que são praticamente inexistentes nos filmes anteriores.
Mas o ponto principal não é esse, o foco desse texto é o que acontece no fim do filme assim como o que será feito depois…
Resumindo a história toda, Superman passa 20 minutos lutando com o General Zod – o vilão do filme, também do planeta Krypton que foi condenado à Prisão Fantasma – destruindo vários prédios no meio dessa briga. O resultado é a derrota do General Zod e o mundo celebrando seu novo alien Jesus de colante azul.
A desastrosa consequência:
Lógico, Superman salvou Metropolis (e o mundo) da ira espacial de Zod, mas nesse caso estamos usando a palavra “salvou” de forma inadequada. Centenas de prédios foram destruídos.
Segundo a Kinetic Analysis Corporation, principal empresa cuja função é prever e avaliar o impacto de eventos catastróficos pelo mundo, pelo menos 129.000 moradores de Metropolis foram mortos na conclusão de Man of Steel, além de 1 milhão de feridos e 250.000 desaparecidos. Tais números estão no mesmo nível das bombas atômicas em Hiroshima e Nagasaki, o que não é uma supresa já que, de acordo com a análise, a máquina que Zod trouxe para a Terra causou uma circunferência de destruição “similar a uma explosão de uma bomba nuclear de 20-kilotons”
O custo de toda essa devastação totalizaria em algo próximo à 2 trilhões de dólares. Isso é mais de 40 vezes os danos de 11 de Setembro, ou 15 furacões Katrina. Custaria mais do que metade do orçamento anual do governo dos Estados Unidos para reparar a cidade.
Poxa vida, Super, pelo menos se esforce um pouco para levar a luta para longe de uma cidade densamente populada. Sei que não vai ficar tão ‘legal’ e artistas de computação gráfica adoram criar estilhaços voando, mas é parte do que significa heroísmo. Ao que parece, levará anos para que Metropolis se recupere completamente, assumindo que as pessoas simplesmente não abandonem a cidade. E não está nem sendo levado em consideração as centenas de milhares de famílias deixadas com buracos no formato do Superman em suas vidas onde seus entes queridos costumavam estar.
Não preciso mais de duas palavras para comentar esse texto: Risadas infinitas.